terça-feira, 12 de maio de 2009

Ser do lar

Sou uma daquelas do lar
cheia de náuseas
por cozer
lavar
arrumar
passar a vida amarrotada
dos outros
Sem me dar conta
do meu enfeitar

Inundo a casa
co’minha presença
mãos com cheiro de alho
temperos para o agradar
Não me lembro do teu olhar
solidário
Meus atos são solitários
tudo tão pronto
com cheiros lineares


Herdei panelas
cotovelos crespos
e um estandarte
a vassoura!!!
A água enruga a pele
o sabão penetra na epiderme
Contemplo este inferno
lasciva
No silêncio componho versos
para quebrar a não doçura
Há uma mulher recolhida em mim
herege dançarina
que raspa das paredes as teias
e deixa escorrer o mel
Migra para terras distantes
voa e quer ser feliz

Fátima Cerqueira
01/04/09

2 comentários:

Izabelle Costa disse...

Que bom que voltastes à ativa!!!!!!!!!!
Amei, viu?
Escreveu pensando em mim, não foi?
rsrsrs
Mil beijinhos tia amada

Izabelle Costa disse...

Que bom que voltastes à ativa!!!!!!!!!!
Amei, viu?
Escreveu pensando em mim, não foi?
rsrsrs
Mil beijinhos tia amada