domingo, 11 de outubro de 2009


Naquele tempo contava estrelas
Apontava-as com dedo em riste
Minha mãe fazia carícias
Nos meus cabelos
Meu rosto era úmido de beijos
Eu via na ciranda
A infância correr

Eu flutuava no mundo
Pelo avesso
Subia no telhado
Batia asas
E voava...
Tinha ninho

Teto desabado
Olho da vidraça
Sem carícias
Estrelas
Rosto seco
Não vejo cirandas
Tenho apenas ousadia
De ser do avesso










Um comentário:

Cicero disse...

Bela poesia que retrata sentimentos que estão nos dias de hoje desvalorizados,principalemnte as cirandas que não vemos mais nossas crianças nas ruas e nas escolas brincando.
Linda e muito próxima do nosso coração