Eu bolava sonhos pros meus dias
Encantava-me com joaninhas
E com o miolo do pão
Alimentava fileiras de formigas
Alinhavei em versos
Os ventos
Uivos noturnos
Assombrações
E o medo do crescer
Na gaiola prendi o sabiá
Revoltado parou de cantar
Eu também engaiolado
Perdi o jeito de olhar
Esqueci cantigas
Já me contento com pouco
Quando viro pro canto
Abro asas e minha mãe
Ainda que ausente
Se põe a cantar
E vem o cheiro do doce de leite
Porque a alma só dorme
Se a lembrança chegar
Encantava-me com joaninhas
E com o miolo do pão
Alimentava fileiras de formigas
Alinhavei em versos
Os ventos
Uivos noturnos
Assombrações
E o medo do crescer
Na gaiola prendi o sabiá
Revoltado parou de cantar
Eu também engaiolado
Perdi o jeito de olhar
Esqueci cantigas
Já me contento com pouco
Quando viro pro canto
Abro asas e minha mãe
Ainda que ausente
Se põe a cantar
E vem o cheiro do doce de leite
Porque a alma só dorme
Se a lembrança chegar
2 comentários:
Também realizo todos os meus sonhos e liberto-me dos medos quando viro pro canto...
Fátima,
É sempre muito bom quando se encontra, aqui na Internet, poetisas (ou poetas) com a sua sensibilidade, e, o que é indispensável, com a técnica e o talento para esse difícil e importante gênero (o mais nobre?!) da literatura.
Parabéns pelo seu belo poema.
Abraços,
Pedro.
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