sexta-feira, 20 de novembro de 2009

filhos crescidos


crescem crianças
na calçada da frente
o risco branco do jogo da amarelinha
pulos a caminho do céu
no quarto jazem camas estiradas
dormem na noite
meus filhos crescidos
mal amparados
do meu olhar
certa manhã
o gato comeu o canário
a casa recolheu-se

não há pique esconde
ninguém nos armários
“corre- cotia
de noite e de dia”
o céu ainda anis
abarca meu pensamento
nas horas certas
leite derramado
meleca
remela
pé encardido
pra se lavar
ou arar?
é preciso lavrar o peito
secar o olho
deixar a zanga
esperar os netos













2 comentários:

Marcelino Tostes Padilha Neto disse...

Falar que a Fátima é uma Poeta com "P" maiúsculo, é falar do prazer incontido de lê-la sempre! Ador seus poemas, Fátima! Sempre remetem-me a uma infância também de ricas recordações!
Reverencio sempre esse seu talento que afaga nossa alma sempre com um poema mágico!
Bjão!

Izabelle Costa disse...

Tia, lindo demais mas...
estou rindo e muito.
Eu, avó primeiro que você!!!!!!!!
O B. está lá, dormindo e eu já imaginando os pés sujos, as remelas, as brincadeiras!
Mil beijos