sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Na noite caço esmeraldas
Enfeito o peito queimado
Embriago-me
Sou devassa serpente
Caça de um centauro
A noite chama-me
Para ser dama
Ponho-me em chamas

E num gostar safado
lua crescente em vírgula
Batizo estrelas deslustras
Fornico com deuses
Depois rezo agarrada
Ao escapulário do peito

Não se entreguem a essas verdades
A poeta se descuida e passa a madrugada
A fazer versos em ramas
Tece fios com palavras
Tudo é falso
Verdadeiro
Depende de quem lê

Acorda a poeta de cara inchada
Desatinada atrás de um café
Pegar a xícara fumegando
Beberica entre assopros
O momento pausa
Sendo íntima de si mesmo
Antes de perder-se
Nas calhas do dia


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