segunda-feira, 18 de janeiro de 2010



Enquanto danças o bolero
Escavo o jardim do alfabeto
Monto versos em desalinhos
Às vezes lascados de dor
Outros fios escarnecidos
Do gozo que tem o poeta
Em se fazer multifário
Sem deixar se abater.
Será verdade?

A mão sem trégua vagueia
Adestra palavras
Recobre a carne
Que insiste em querer-te.
Destilado
Sou apenas gás
Em ebulição
Cheiro inteiro de saudade.
Será verdade?

Cruzo por bares
Esqueço o passo
Enquanto danço
Um bolero de hastes
Virgem Santa!
Ando sem talento
Pra dizer minhas verdades.

Um comentário:

Marcelino Tostes Padilha Neto disse...

Que bom que "cutucaram a onça com vara curta"! kkkkkkkkkkkkkkkkk
Sigo daqui seus poemas como quem te entende as verdades mesmo quando achas que "ando sem talento pra dizer minhas verdades"! Adoro seus poemas!