terça-feira, 11 de maio de 2010

Mãe, cuide da educação de seus filhos!

Omissão
Longe está o tempo em que mães educavam e defendiam seus filhos. Com a minha, aprendi a me portar em grupo, comer de boca fechada, fazer a minha higiene pessoal e principalmente respeitar os mais velhos. É claro que às vezes eu fugia das regras e sofria os castigos necessários.
Há duas semanas, uma diretora de escola em Juiz de Fora teve o nariz quebrado e o corpo todo cheio de hematomas. Ato praticado pela mãe e pela irmã de uma aluna que se revoltaram, pois tal estudante foi repreendida pela diretora por ter jogado um livro num colega. O fato acabou na delegacia de polícia, envolveu a Secretaria de Educação e, por fim, na página do maior jornal da cidade. Tomei conhecimento através da imprensa e de uma amiga que trabalha no educandário. Já trabalhei nesta escola e conheço bem a proposta da direção, que sempre tratou com discernimento os conflitos entre alunos e professores.
Tenho consciência das mudanças significativas nas famílias de hoje. É raro encontrar uma família toda estruturada com pai, mãe e filhos sob o mesmo teto atualmente. Nesse contexto vem também à necessidade dos pais ficarem ausentes por questões de sobrevivência e profissional.
O não estar presente de forma efetiva e construtiva na vida dos filhos, faz que uma mãe e um pai ignorem o crescimento dos filhos, dando-lhes noções de cidadania e primeiros ensinamentos. Quando acontece algum transtorno de desvio de conduta, os pais (maioria das vezes, as mães) se voltam contra a escola que ficou delegada a dar uma educação que deveria ser responsabilidade deles.
Observam-se em muitos casos que os educadores, na ânsia de cumprirem seus papeis, estabelecem regras, limites. A conduta tem gerado conflitos. Na sala de aula, a indisciplina e a falta de respeito só têm aumentado e para se ensinar o mínimo, professores precisam ser autoritários e disciplinadores. Até quando a escola sozinha conseguirá assumir a responsabilidade de educar? Não saberei apresentar soluções inovadoras, mas percebo a falta de sintonia entre os dois lados.
Educar não é tarefa fácil, exigi-se muito esforço, paciência e tranquilidade. É um saber ouvir, calar, comprometer e contribuir constantemente. Se os tempos são outros, e no campo desta relação há conflitos, ambos devem encontrar um ponto para o diálogo em suas atitudes e participações. Cabe aos pais estabelecerem um tempo para os filhos. Não comparecerem à escola não apenas para entrega de avaliações ou quando a situação já estiver fora de controle. O comparecimento e o envolvimento devem ser contínuos, escola e pais são parceiros.
Volto à minha mãe que, hoje ausente, se fez tão presente em minha formação. Com ela aprendi a tabuada de multiplicação, tão complexa para mim quando criança, o entendimento das palavras e o gosto pela leitura. Descobri que parte daquilo que sou hoje, foi-me dado com muitos “nãos”. Com minha filha tentei reproduzir o mesmo que obtive, é claro que com algumas modificações, mas sempre regrei e estive presente na escola e principalmente em casa, criando limites.
No último domingo, o “Fantástico – show da vida” (será vida mesmo?) denunciou uma disputa brutal entre adolescentes. Num rito de gladiadores batizado por “luta do lixo”, estudantes da classe média alta de Santa Catarina travam batalhas, previamente marcadas via internet, e vão ao extremo, até sangrarem. Pais afirmam que desconhecem seus filhos expostos à tal violência. Mesmo que cheguem em casa machucados, preferem julgar a ação como coisa boba de meninos. Ainda sou do tempo que quando se chegava em casa com algum hematoma, a mãe ia tirar satisfações na defesa de seu filho.
O excesso de permissividade aliado à omissão voluntária dos pais, é o resultado da má-educação dos jovens nas escolas e sociedade. É fruto cultivado no que chamávamos lar. Afinal, a sociedade parece desculpar rapidamente essas mães. E como dizem, mãe é mãe... Pais são pacas, ou serão parcos?


Um comentário:

Mauro Luiz Senra Fernandes disse...

Minha Cara Fátima,
Estou levando seu artigo para ser trabalhado dentro da Escola.